Existe um problema com o assédio sexual em Portugal e o problema é que há pouco. Há pouco assédio e as pessoas andam naturalmente tristes. E a culpa é, em parte, minha.. Eu sou exactamente aquele individuo que ocupa um lugar na hierarquia da escola que me permite fazer um assédio como deve ser, mas que em vez de aplicar todo o meu saber nesta nobre arte, faço exactamente o pior que se pode fazer numa situação destas, que é trabalhar como se nada fosse. Isto é, vai uma moça para a escola com uma nova mini-saia justa, um topzinho para celebrar a Primavera e um perfume que já se faz sentir em Viseu a 22 Km de distância e o tenrinho do seu colega (eu) cumprimenta-a como se fosse comprometido. O resultado é que perante isto, outra alternativa não resta à moça, senão meter-se com outros estudantes, no fundo para matarem as mágoas. O que não é bem a mesma coisa.
Pessoalmente não vejo mal nenhum no assedio. Bem pelo contrário. Acho até muito saudável e tenho pena de não ter os meios para instituir regras que estimulassem a prática de um assédio sustentado e moderno ( não me perguntem o que é que isto quer dizer porque eu não faço a mínima ideia, mas soa muitíssimo bem) que estimulasse em vez de retrair, que reproduzisse em vez de extinguir.
O assédio é como a praxe académica, quando bem feito é uma coisa boa. Quando mal feito, pode ser mau de mais. E o que está a acontecer, é que à custa da inércia das pessoas a que lhes é permitido fazer um bom assédio (nomeadamente, eu), começam a inverter-se as normas e são já muitas as colegas, que atendendo a esta inadmissível situação, se fazem a mim, dando elas próprias uma palmada à minha passagem à qual juntam comentários tão pertenciosos que me recuso agora a reproduzir por temer que algum Padre possa estar a ler este artigo. Se sim, desculpe senhor padre. Se não, vamos em frente.
Dito isto, queria aqui pedir às moças do fórum me desculpassem por não assediar tanto como eu queria.